Entenda a diferença entre osteopenia e osteoporose

Você provavelmente já ouviu falar em osteopenia e osteoporose.

São duas condições clínicas que levam a perda de osso. Mas apresentam diferenças marcantes.

Acompanhe o raciocínio!

O osso, além de sustentar nosso corpo também é uma fonte de cálcio extremamente necessária para inúmeras funções, como por exemplo a força muscular e os batimentos cardíacos.

Quando o organismo precisa de cálcio, ele pode contar com este imenso depósito situado em todos os ossos.

Cada osso do nosso organismo é uma estrutura viva, com muitas células e em constante metabolismo. Sua função de armazenar cálcio tem um pico na terceira década de vida.

Depois de alguns anos de estabilidade, o equilíbrio entre armazenamento e uso de cálcio fica comprometido podendo tornar os ossos fracos e porosos.

Nas mulheres, esta alteração é mais pronunciada devido as mudanças hormonais decorrentes da menopausa.

Osteopenia

A osteopenia é o início de perda da massa óssea que ocorre de maneira assintomática.

Ela pode acontecer naturalmente, quando as células ósseas entram em desequilíbrio, resultando em desmineralização, sendo um estágio anterior à osteoporose.

Podemos dizer que perdas brandas de massa óssea caracterizam a osteopenia.

Quando detectada nessa fase inicial, é possível recuperar a massa óssea.

Caso isto não aconteça, ela pode evoluir para a osteoporose. Porém, algumas medidas muito simples podem prevenir este início de descalcificação.

Osteoporose

A osteoporose é uma disfunção que afeta a resistência dos ossos.

Ao perder cálcio, o osso pode ficar tão poroso e frágil, que chega a ser vulnerável a fraturas por mínimos esforços ou quedas. Quando a massa óssea diminui a este ponto, surge uma doença chamada osteoporose.

A osteoporose também pode ser uma doença silenciosa, geralmente causando dor quando ocorre uma fratura. A dor está diretamente relacionada ao local em que ocorreu a fraqueza óssea e a fratura.

Mulheres brancas, baixas e magras, com mais de 65 anos são as mais propensas a desenvolver a doença.

Diagnóstico de osteopenia e osteoporose

Para saber se há uma perda óssea leve (Osteopenia) ou grave (Osteoporose), a Organização Mundial de Saúde recomenda um exame chamado de Densitometria Mineral Óssea.

Como a perda de cálcio do osso acontece de maneira silenciosa, a única forma de saber é através da realização deste exame. A não ser que uma fratura aconteça e se suspeite de que osso está muito fraco.

A Densitometria nada mais é do que um exame de radiografia que analisa duas regiões do corpo, com preferência para quadril e coluna.

Através de cálculo com um sistema de computador, ela detecta se há uma perda leve ou grave de massa óssea em relação a um indivíduo adulto jovem.

Com este resultado em mãos, conseguimos determinar se há osteopenia ou osteoporose.

Todo exame de Densitometria mostra um gráfico parecido com o representado abaixo.

Se o valor do paciente estiver no verde, a massa óssea está normal. No amarelo, osteopenia. No vermelho, osteoporose. Podemos fazer uma comparação ao sinal de trânsito, verde – siga, amarelo – atenção e vermelho – pare.

Gráfico de densiometria

Todas as mulheres acima de 65 anos e todos os homens acima de 70 anos têm indicação de realizar este exame. Algumas pessoas acima de 50 anos, com fortes fatores para osteoporose também devem realizar.

Como a maior parte dos indivíduos que tem fraqueza nos ossos não apresentam dor, esta é uma forma segura de saber como está sua saúde óssea.

Tratamento

Para indicação do tratamento com medicação tanto da osteopenia quanto da osteoporose devemos levar em conta não apenas o resultado da Densitometria, mas também os fatores de risco associados a uma fratura.

Esta informação tão importante pode fazer com que uma pessoa com osteopenia tenha mais riscos de fratura do que uma pessoa com osteoporose.

Isso mesmo!

Dependendo de como a pessoa vive, se faz atividade física, se usa medicação, se tem idade avançada, ela pode ter um risco muito aumentado para quebrar os ossos.

Fatores de risco

  • Genética: A hereditariedade influencia na massa óssea. Filhos de pessoas com osteoporose ou que tiveram fratura de quadril apresentam maior probabilidade de desenvolver a doença.
  • Idade avançada: Acima dos 70 anos, quanto maior a idade, maior o risco de osteoporose.
  • Idade de início da menopausa: Quanto mais precoce, pior. Antes dos 40 anos é um alto fator de risco. Isto se deve à perda precoce do estrogênio, hormônio que protege os ossos.
  • Sexo feminino.
  • Peso do corpo: Pior para quem tem peso muito baixo ou é obeso.
  • Tabagismo.
  • Consumo de álcool.
  • Sedentarismo: O osso funciona sobe estímulo. Toda atividade que fortalece musculatura também fortalece osso. Atividades de impacto tem poder maior ainda. Ficar parado atrofia musculatura e osso.
  • Uso de medicamentos: Por período prolongado, o uso de medicamentos como corticoide podem aumentar as chances de desenvolver a doença.

Com a informação da Densitometria associada aos fatores de risco de cada paciente podemos escolher a melhor forma de tratamento.

Pessoas com início de perda óssea (Osteopenia) necessitarão de tratamento com medicamentos quando existirem fatores de risco capazes de aumentar as chances de fratura.

Já pessoas diagnosticadas com a doença de Osteoporose devem receber tratamento, independente de fatores de risco.

O mais importante de tudo isto

Muitas pessoas não sabem que tem osteopenia, ou quando sabem não dão importância.

Isso se justifica porque a osteopenia não apresenta sintomas. Ela é silenciosa.

Você pode passar meses e anos sem lembrar que tem osteopenia.

O problema é que isso pode ser muito perigoso. A osteopenia não vai embora. Ao contrário, ela vai apenas piorar e com certeza evoluirá para a osteoporose.

Cuide-se. Mantenha sua vida com qualidade. Deseje ser melhor a cada dia e tenha bons motivos para isso.

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