O quadril é uma articulação muito importante para o corpo.
Ele realiza a ligação das pernas com o tronco e pode ser o local de acometimento de muitas doenças.
São inúmeras as causas de dor ou desconforto nesta região. É importante estar atento aos sintomas e procurar ajuda de um especialista sempre.
Ter dor já não é normal. Ter dor perto de uma das principais juntas do corpo, menos ainda.
A dor pode ser um sinal de alerta para proteger-nos de possíveis agressões.
Tão importante quanto tratar a dor, é realizar seu diagnóstico, saber realmente a causa do seu problema. Só assim poderemos utilizar de toda a tecnologia e avanços da medicina para devolver conforto no dia a dia.
Este artigo foi feito para revelar os 6 maiores responsáveis por dor na articulação do quadril. Vamos a eles:
1) Tendinite glútea
A tendinite do quadril é uma causa muito comum de dor no quadril.
Ela acomete principalmente mulheres, devido a tensão excessiva destes tendões. Pessoas que realizam esforço físico intenso, como correr em subidas, e que não alongam a musculatura podem também sofrer de tendinite.
Os sinais de tendinite geralmente envolvem aumento de sensibilidade na lateral do quadril, dor para deitar de lado, dificuldade para subir escadas e levantar da posição sentada.
A dor piora muito com o toque e a palpação na lateral do quadril, sendo bem localizada, mas podendo irradiar pela lateral da coxa até o joelho.
Após confirmação do diagnóstico com exames complementares, o primeiro passo para se ver livre da dor da tendinite é tentar alongar o tendão e fortalecer os músculos dos quadris de maneira adequada.
Faz parte do tratamento evitar esforço, alongar e relaxar o músculo com fisioterapia e usar medicação para cessar a inflamação. Infiltração pode ser necessária em casos mais intensos e procedimento cirúrgico está reservado quando o tendão se rompe.
2) Bursite trocantérica
As bursas são como bolsinhas com uma quantidade pequena de líquido (como lubrificante) e estão presentes em regiões do corpo onde duas estruturas se atritam.
Na lateral do quadril, existe um tendão muito importante que desce até o joelho.
Quando andamos, este tendão se movimenta para frente e para trás do osso do fêmur. O problema é que se tendão ficar muito tenso, ele pode inflamar a bursa e gerar a bursite.
Devido ao formato da bacia, assim como na tendinite, as mulheres também são as mais acometidas pela doença.
A dor na tendinite piora muito com esforço de caminhada e é mais superficial do que a dor na lateral do quadril causada pela tendinite.
Outro dado importante é que quem sofre de tendinite glútea tem uma chance grande de também ter associado a bursite.
Como a bursite está relacionada a um tendão tenso, seu tratamento é feito com alongamento do tendão com fisioterapia e uso de medicação. Em uma segunda etapa pode ser feito infiltração.
Muito raramente é necessário cirurgia.
3) Osteonecrose
Também chamada de Necrose Avascular da Cabeça do Fêmur, a osteonecrose afeta primariamente adultos jovens do sexo masculino.
Existem inúmeras causas relacionadas com a falta de suprimento sanguíneo para a cabeça do fêmur. A maioria delas estão ligadas a sequela de acidente, consumo excessivo de álcool e uso de corticoide.
Mas nem sempre é fácil identificar o que ocasionou a necrose, sendo considerada como causa desconhecida em até 20% dos casos.
A dor no quadril é o primeiro sintoma.
Localizada profundamente e irradiada para a virilha, ela inicia-se de forma súbita podendo gerar restrições para caminhadas ou até mesmo permanecer em pé.
Quando não tratada, pode evoluir para achatamento e deformar a cabeça do fêmur, produzindo assim uma artrose.
A conduta para o tratamento da necrose da cabeça femoral é baseada no estágio da doença, no tamanho do acometimento ósseo e no perfil de cada paciente, dividindo-se o tratamento em conservador (sem cirurgia) e cirúrgico.
O objetivo maior é a prevenção da forma esférica da cabeça, sem que aconteça o colapso ósseo ou deformidades capazes de lesionar cartilagem.
Por isso, deve-se iniciar um tratamento precoce e bem conduzido enquanto a condição se encontra nos seus estágios iniciais.
4) Artrose
A artrose do quadril é uma doença caracterizada pelo desgaste ou perda da cartilagem articular.
Ela normalmente acomete pacientes mais idosos e preferencialmente mulheres. Na maioria das vezes não se tem uma causa exata da sua origem, podendo estar ligada a componentes genéticos e apresentando uma correlação com indivíduos de uma mesma família.
Os primeiros sintomas são leves, de dor localizada profundamente no quadril, geralmente interna, podendo ir para a virilha.
Ocorre piora com esforços e melhora levemente com o repouso. A dor aparece de forma branda, mas é progressiva.
Com o passar do tempo pode limitar a movimentação normal do quadril, impedindo movimentos simples, como cruzar as pernas, calçar sapato ou cortar as unhas.
Manter a musculatura em forma e aliviar a dor causada pela inflamação dentro da articulação faz parte do tratamento inicial. Ele envolve exercícios de fortalecimento, restrição de impacto, fisioterapia, uso de medicamentos e infiltrações.
A cirurgia pode ser conduzida de formas diferentes.
A determinação do tipo de procedimento cirúrgico deve ser individualizada para cada paciente, considerando a idade, causa da doença, atividade do paciente e amplitude de movimentos.
Os tipos mais comuns de procedimento são reposicionamentos dos ossos do quadril, videoartroscopia e prótese de quadril.
5) Impacto femuroacetabular
O impacto do quadril é uma condição resultante do contato anormal entre o encaixe da bacia e a cabeça do fêmur, que ocorre durante os movimentos, provocando lesões na cartilagem lateral desta cavidade.
Imagine uma cabeça do fêmur maior do que o encaixe que a recebe na bacia. È mais ou menos isso que acontece.
Geralmente o impacto ocorre por alteração da esfericidade da cabeça femoral, que se apresenta ovalada, ou por aumento da cobertura da cavidade da bacia sobre a cabeça do fêmur.
Este contato predispõe a lesão na cartilagem do quadril, denominada labrum ou lábio.
O principal sintoma desta patologia é a dor.
Ela é localizada na região da virilha e profunda no quadril. Ocorre normalmente ao permanecer sentado, agachar, entrar e sair do carro, calçar sapato, andar de bicicleta e correr.
O exercício pode ser fator de piora, principalmente se houver grandes amplitudes de movimento do quadril, como lutas com chute, futebol e balé.
O principal procedimento cirúrgico para o tratamento do impacto femuroacetabular é a videoartroscopia.
Uma cirurgia minimamente invasiva realizada por duas ou três incisões de um centímetro na pele, onde se introduz câmera e instrumentais específicos para a retirada de excesso de osso e o reparo da lesão do lábio e da cartilagem.
6) Fratura do quadril
As fraturas do quadril ocorrem normalmente após quedas em indivíduos idosos com muita fragilidade nos ossos (osteoporose). O local mais comum para a fratura é o início do fêmur.
Geralmente a pessoa com fratura sente dor forte e não consegue sair do chão nem apoiar a perna para andar. Porém, uma minoria de pessoas pode sofrer fratura sem deslocamento e sentir dores leves.
Por isso, após queda, todo individuo com idade avançada ou com osteoporose deve passar por avaliação médica.
O tratamento da fratura é quase sempre cirúrgico com colocação de placa ou prótese, mas o mais importante nestes casos é a prevenção da osteoporose e de quedas.
Como você mesmo viu, muitas coisas podem acontecer ao redor da articulação do quadril, e isto é apenas uma amostra dos principais problemas.
Em menor proporção, ainda temos tumor, infecção, sinovite, síndrome do piriforme, síndrome do ressalto, meralgia parestésica, ciática, pubalgia, luxação e displasia.
O mais importante é, antes de se acostumar com uma dorzinha chata no quadril, busque saber a causa da sua dor. Quando você se conforma com a dor e não busca ajuda, está decidindo permanecer doente.
Cuide bem do seu corpo, é ele que vai te levar até onde sua vontade permitir.
