A cirurgia de quadril é um dos procedimentos mais comuns no país, principalmente em idosos. Apesar da frequência, dúvidas sobre a intervenção persistem, especialmente sobre a indicação, os riscos e o tempo de recuperação.
Um dos motivos pelos quais os idosos formam um grupo propenso à cirurgia no quadril é a queda. Ademais, trata-se de um grupo exposto a outras enfermidades que levam ao desgaste da cartilagem. A cirurgia é indicada justamente para mitigar este impacto.
Assim como acontece em qualquer outro procedimento cirúrgico, não restam dúvidas sobre a insegurança quanto aos riscos da operação. Entretanto, a Medicina é uma das áreas que mais evolui e, com ela, as técnicas e tecnologias cirúrgicas.
Sendo assim, a cirurgia de quadril em idosos torna-se mais segura e a recuperação mais rápida.
Saiba quais são os principais tipos de cirurgia de quadril
Há duas categorias de cirurgia de quadril em idosos, sendo elas cirurgias para tratamento da artrose, conhecida como artroplastia de quadril, e correção de fraturas.
Artroplastia ou prótese de quadril
A artroplastia ou cirurgia de prótese de quadril é um procedimento que remove a articulação com desgaste ou perda de cartilagem para, no lugar, colocar uma articulação artificial, ou seja, uma prótese.
O principal objetivo da cirurgia é, sem dúvidas, garantir a qualidade de vida do paciente ao devolver a movimentação da articulação e eliminar a dor.
A artroplastia de quadril é realizada desde a década de 60. Além de rápido e seguro, o procedimento traz bons resultados, fator significativo para pacientes com idade avançada.
Lembrando que, apesar de também acometer indivíduos jovens, o desgaste da articulação é mais comum em idosos.
Correção de fratura
A queda está, certamente, associada à maior parte dos casos de fraturas de quadril em idosos. Sua gravidade depende sobretudo do grau de osteoporose apresentado pelo paciente.
O primeiro sintoma do quadril fraturado é uma dor profunda na lateral desta região ou na virilha.
É muito importante ressaltar que a fratura do quadril é considerada grave, uma vez que o paciente pode precisar de um período de recuperação na cama. O quadro aumenta a probabilidade de sequelas, especialmente as vinculadas aos fatores de risco inerentes a pessoas idosas.
A cirurgia é o tratamento normalmente mais indicado para a fratura de quadril.
Ainda que isso cause certa ansiedade, a boa notícia é que, com ela, o paciente recupera seus movimentos mais rápido, reduzindo o tempo de repouso obrigatório. Obviamente, complicações como pneumonia, trombose, embolia pulmonar e úlceras têm probabilidade substancialmente reduzida.
Quando a cirurgia de quadril é indicada?
Antes de mais nada, é mandatório que o paciente seja avaliado pelo ortopedista. A finalidade da consulta é indicar corretamente o procedimento cirúrgico a partir do diagnóstico.
Para chegar à conclusão, o profissional considera o histórico do paciente, além de prescrever exames físicos e de imagem.
Os principais benefícios proporcionados pela cirurgia de quadril em idosos
Quando se trata de uma cirurgia de quadril em idosos, a tendência é questionar mais sobre os riscos do que falar dos benefícios que, a propósito, são muitos.
A partir de um breve apanhado histórico, podemos nos lembrar de que quando uma pessoa idosa era acometida por problemas de quadril, acabava fadada ao uso de cadeiras de rodas ou andadores.
Atualmente, com a evolução das técnicas cirúrgicas, as vantagens deste procedimento são muito mais destacaveis. A começar por proporcionar a autonomia, a liberdade e qualidade de vida pós-cirúrgica.
Logo, é seguro afirmar que a cirurgia é bem indicada sempre que os riscos de uma restrição definitiva ocasionada pelo desgaste, ou uma fratura forem maiores que do próprio procedimento.
Sendo assim, podemos pontuar como principais benefícios do tratamento cirúrgico:
- Mobilidade facilitada graças à redução nas dores.
- Retorno mais rápido às atividades normais após a reabilitação.
- Como a necessidade de se recuperar deitado é dispensada, há menor incidência das mudanças de decúbito, ou seja, de posição do paciente imobilizado
- Consequente melhora nas funções cardíacas e pulmonares.
- Redução nos riscos de complicações.
Quando analisamos os procedimentos mais seguros e menos invasivos aplicados hoje, os benefícios tornam-se ainda maiores.
Vamos falar sobre os riscos da cirurgia de quadril em idosos?
Os procedimentos cirúrgicos ortopédicos compreendem uma parcela importante do que é realizado nos hospitais brasileiros. Especialmente, aqueles ocasionados por traumas.
Dito isso, frisamos sempre a evolução das técnicas cirúrgicas, reduzindo substancialmente os problemas pós-operatórios. Contudo, como em qualquer procedimento cirúrgico, eles ainda existem. Entre os mais comuns, temos:
- Trombose: coágulos nos vasos sanguíneos formados pela imobilização. Uma intercorrência, porém, que pode ser evitada diante da reabilitação precoce, além do uso de anticoagulantes e meias elásticas.
- Pneumonia: intercorrência também contornada com a reabilitação adequada.
- Infecções: vinculadas à estabilidade nutricional e clínica do paciente. Pacientes com diabetes descompensada requerem maiores cuidados.
- Problemas cardíacos: um dos principais problemas pós-cirúrgicos, principalmente por insuficiência e descompensação cardíaca. Daí a necessidade de acompanhamento médico para fins de realizar um pré-operatório completo, com análise do histórico e exames.
- Problemas renais: pacientes com condições pré-existentes, por exemplo, diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares são mais propensos. Porém, exames pré-cirúrgicos e intervenções rápidas reduzem os riscos.
Novamente, destacamos que são riscos registrados em uma parcela mínima de pacientes. É crucial, ainda assim, que a pessoa tenha o devido acompanhamento médico tanto antes quanto depois do procedimento. Isso inclui controle de comorbidades pré-existentes, tratamento e exames.
Tempo médio de recuperação de uma cirurgia de quadril em idosos
O tipo de procedimento realizado é que vai ditar o tempo de recuperação de uma cirurgia de quadril em idosos. Após uma cirurgia de prótese de quadril, por exemplo, o paciente é normalmente liberado para atividades cotidianas no prazo de 30 a 60 dias. Antes disso, porém, já é estimulado a caminhar com o andador.
Para efeitos de comparação, quando a fratura é tratada com placa ou parafusos, o tempo de recuperação é mais longo. Só para exemplificar, a liberação para caminhar leva de dois a três meses, o mesmo tempo para que a fratura se consolide.
Novamente, destacamos a necessidade do acompanhamento do profissional ortopedista ao paciente idoso submetido a um procedimento cirúrgico. Tal cuidado é imprescindível para a recuperação adequada e sem sustos.
Informe-se para tomar sua decisão com segurança
Como vimos, as cirurgias de quadril em idosos são procedimentos ortopédicos comuns, considerando sua propensão a fraturas e artrose.
É preciso frisar que as intercorrências neste tipo de cirurgia são cada vez mais raras, apesar dos riscos mínimos inerentes a qualquer procedimento cirúrgico. Isso é resultado das técnicas menos invasivas e reabilitação precoce.
O acompanhamento médico rigoroso, porém, faz-se necessário para reduzir estes riscos e conduzir o paciente a uma recuperação mais rápida.
Mesmo que os riscos sejam sempre o primeiro fator a ser questionado, é importante pontuar os benefícios que a cirurgia de quadril em idosos proporciona, especialmente na garantia da qualidade de vida e autonomia.
Sendo assim, podemos até calcular os riscos, visto que são mínimos e mantidos sob controle. As vantagens, por outro lado, são imensuráveis, pois só o paciente consegue distinguir o valor de ter sua autonomia e qualidade de vida de volta.
