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NECROSE DA CABEÇA DO FÊMUR

Também chamada de Osteonecrose do Quadril ou Necrose Avascular da Cabeça femoral, a Necrose da Cabeça do Fêmur afeta primariamente adultos jovens, entre os 20 e 50 anos, predominantemente o sexo masculino na proporção de 4:1. Na maioria dos casos, de 60-80%, o envolvimento acontece dos dois lados do quadril.

Embora possa acontecer em vários locais do corpo, a necrose óssea é muito mais frequente na cabeça femoral. Sem suprimento sanguíneo, o osso do quadril pode sofrer deformidade, chamada colapso, que altera a esfericidade da cabeça do fêmur. Como resultado, o movimento do encaixe não acontece de maneira correta, ocasionando destruição da cartilagem e, consequentemente, desgaste. Vale salientar que a primeira alteração gerada pela necrose é a morte do tecido ósseo que, se sofrer colapso, pode interferir na cartilagem. Então pode-se dizer que a Osteonecrose da Cabeça Femoral é um problema no osso que pode danificar a cartilagem.

Existem inúmeras causas relacionadas com à falta de suprimento sanguíneo para a cabeça do fêmur como:

Sequela de trauma: Fraturas ou luxações na articulação do quadril podem danificar os vasos sanguíneos e prejudicar a circulação óssea a ponto de causar uma necrose.
Consumo excessivo de álcool: Uma causa muito encontrada, sendo que bebidas destiladas apresentam mais relação.
Uso de corticoide: Muitas doenças, como asma e reumatismos, são tratadas com o uso de corticoides. A ocorrência de necrose nestes paciente está relacionada ao tempo de uso do medicamento e à quantidade ingerida. Por isso, o uso de medicamentos corticoides deve sempre acontecer sob supervisão médica.
Outras condições: Tabagismo, quimioterapia, radioterapia, alterações de coagulação como anemia falciforme e talassemias, leucemia, linfomas, doença do mergulhador, doenças reumáticas como o lúpus.

Nem sempre é fácil identificar o que ocasionou a necrose, sendo muitas vezes considerada como causa desconhecida ou idiopática em até 20% dos casos. A dor no quadril é o primeiro sintoma. Localizada profundamente e irradiada para a virilha.

A conduta para o tratamento da necrose da cabeça femoral é baseada no estágio da doença, no tamanho do acometimento ósseo e no perfil de cada paciente, dividindo-se o tratamento em conservador (sem cirurgia) e cirúrgico. O objetivo maior é a prevenção da forma esférica da cabeça, sem que aconteça o colapso ósseo ou deformidades capazes de lesionar cartilagem. Por isso, deve-se iniciar um tratamento precoce e bem conduzido enquanto a condição se encontra nos seus estágios iniciais.

PERGUNTAS FREQUENTES

Estas informações jamais substituirão a consulta ou a conversa com seu médico, mas são úteis para esclarecer as principais dúvidas. Na Voglia Ortopedia temos uma equipe preparada e motivada para cuidar e apoiar você em suas decisões.

POR QUE A DOENÇA SE CHAMA NECROSE?
O termo necrose é utilizado para descrever a morte celular ou de um tecido. Pode parecer estranho, mas a estrutura óssea do corpo é formada por um tecido vivo, com vasos sanguíneos, células vivas e constante metabolismo. Em algumas situações, o suprimento sanguíneo ósseo pode ser interrompido. Sempre que isto acontece, o tecido entra em falência e morre, causando uma necrose óssea. Seria o equivalente ao que acontece com o músculo do coração quando entra em infarto, porém no tecido ósseo. A partir de então, o corpo começa um verdadeiro processo de limpeza do tecido morto e deposição de osso novo, porém imaturo e deformável.
COMO IDENTIFICAR QUE A DOR É SINTOMA DA NECROSE DA CABEÇA DO FÊMUR?
A dor inicialmente pode ser apenas aos esforços, como correr ou ficar muito tempo em pé. Sua localização é profunda, na região da virilha, ou ao redor do quadril. Com a progressão da doença, pode aparecer dor ao repouso e incapacidade para ficar em pé, geralmente fazendo o paciente mancar. O indivíduo típico é habitualmente homem com idade entre 35 e 50 anos, queixando-se de dor na virilha, sem causa aparente. A doença pode evoluir de meses a mais de um ano, sendo o diagnóstico na fase precoce, de suma importância, visto que as técnicas de tratamento biológico têm melhor resultado nessa fase. O sucesso do tratamento também é baseado no grau e na extensão da necrose, por isso é urgente a necessidade da avaliação do paciente por profissional especialista.
QUE EXAMES CONFIRMAM O DIAGNÓSTICO DA NECROSE?
Embora o primeiro exame a ser solicitado seja a radiografia, na fase inicial pode não evidenciar alterações na cabeça femoral. Já em fases avançadas são perceptíveis as alterações típicas de deformidade e colapso com possível desgaste associado. A ressonância magnética é o exame mais sensível para se identificar um caso de necrose da cabeça femoral, especialmente nos estágios iniciais da doença, sendo capaz de determinar o quanto de osso foi comprometido pela necrose. É um excelente método para detectar doença no quadril oposto, mesmo sem dor, devido ao grande número de acometimento dos dois lados. Outro exame que pode auxiliar o diagnóstico é a cintigrafia óssea, porém é pouco específico.
QUAIS SÃO AS OPÇÕES DE TRATAMENTO DA OSTEONECROSE DO QUADRIL?
Embora as opções de tratamento sem cirurgia, como o uso de medicamentos e muletas, podem aliviar a dor e retardar a progressão da doença, as opções de tratamento de maior sucesso são as cirúrgicas. A técnica mais frequentemente realizada é a descompressão medular da cabeça femoral, no intuito de diminuir a pressão intra óssea e aumentar o fluxo sanguíneo regional. Esta técnica visa realizar uma perfuração na área de osso morto, podendo associar a curetagem deste osso desvitalizado, colocação no local de enxerto ósseo e estimuladores biológicos para auxiliar a formação de novos vasos sanguíneos no local.
QUANDO A DESCOMPRESSÃO NÃO É INDICADA?
Quando a osteonecrose é diagnosticada após a deformidade da cabeça femoral, a descompressão, geralmente, não é bem-sucedida. Nesta situação, a lesão de cartilagem muitas vezes é irreversível. O paciente recebe tratamento para prolongar a vida útil da articulação e manter movimento com qualidade através de medidas de fortalecimento, medicação, protetores articulares, infiltrações. Pode chegar na indicação de substituição completa da articulação do quadril, com a prótese de quadril.

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